TU
Mais uma estrela que foi chamada!
Doravante farás parte da grande constelação,
Na terra tua historia figurará,
Fulgurante no infinito tu estrela te firmarás!
Choraria como já tantas vezes chorei.
Porém, hoje não quero chorar!
Apenas me deixarei pelas pregas do tempo caminhar
Lembrando-me dos momentos em que nossos risos numa explosão
de alegria enchiam a terra e se iam tão longe, tal qual as pipas que costumavamos soltar, ecoando pelo ar...
Ah, estrela querida para sempre vou de ti lembrar!
Nossas historias quem sabe, se o Tempo, me sobejar...
A deixarei em frases curtas ou em longos textos o que fomos, e, a saber:
Que, o de bom saboreamos, nós, ao nos lambuzarmos nas tábuas mornas das cocadas marrons, com sabores de dias doces de uma infância que se espraiava em, noites enluaradas, pelas grandes dunas de palhas de arroz;
Que fomos curumins brejeiros no árido da terra que nos viu nascer, que nos permitiu enlamear nossos pés em seus charcos, sombreados por ingazeiros, a caminho de suas poucas lagoas;
Que nos confundíamos com pássaros no balouço das mangueiras e cajueiros, todos nativos, em seus galhos farfalhantes em algazarra, a brincar;
Que muitas vezes deixamos o tempo real e de heróis pousamos para ninguém fotografar...
Mas, nossas fantasias soubemos em nossas memorias bem guardar, quando em vez dali lhes tiravamos e nossos rizos em gargalhasdas de pronto a se transformar.
O tempo seguiu o seu curso, encarregando-se de nos tornar adultos, nos separando dos sonhos forçado-nos às nossas realidades!
Trilhando outros caminhos fomos, nos afastando, distantes estávamos e um pouco mais agora estamos... Por quanto, quem o sabe!
Inexoravelmente, tudo passa...
No ciclo vital, vida e morte, presentes!
Tu agora do lado lá... Enquanto eu de cá, ainda, me permitindo acreditar,
Assim, quando a saudade me apertar especularei o céu... Ali mais uma estrela a brilhar – Tu!