Meu Eu
Há dias em que se sente saudades de tudo. Até do que não agradava tanto quando estava por perto.
Começa-se, então, o questionar sem fim acerca do gostar ou não gostar. O querer e não querer, mesclados ao chorar e ao fingir não sofrer, fazem o sujeito sentir-se triste, doente e sem reconhecer-se em si mesmo.
Nessas horas - quando não dá para escrever por razões diversas e chorar não é opção viável, embora tentadora - dá-se a viajar nos pensamentos...
E esse cidadão - meio tolo, voador, antipático, beirando a insuportabilidade - possui um interior inocente, sofrido e ingenuamente entregue aos que ama.
Mas vão dias, vêm horas e não chega o "seja lá o que for" que ele espera...
Enquanto isso, revezam-se os propositais momentos de esquecimento de seu "eu" (nos quais se faz tudo para ser só mais um dos normais, legais e, portanto, nada especiais), com aqueles em que os sentimentos mais puros mostram com total clareza que não se tem qualquer conhecimento sobre o próprio sentir.
Simples assim.
Daniel Santana,
Boquim, Sergipe, 04 de abril de 2010. 23:15h.