Esculpindo o amor...

Hoje ela estava tão sensível 
como 
um alabastro,
pois só quando o buril lhe 
dava duro, 
ela era capaz de ser esculpida, 
e logo depois se desmanchar
num descaso que nem valia 
a pena comentar.

Fugia de mim com medo de 
se envolver,
porque achava que eu era o rei 
do forró,
e ela se sentia acanhada de lidar 
com isso
porque minhas verdades não 
eram sua praia,
já que só dava ouvidos às 
suas próprias 
opiniões que um vento 
cochichante lhe trouxera 
de algures.

Ah...e por isso não desejava 
molhar seus pés sequinhos, 
porque também achava que as 
ondas todas
que chegavam à minha praia 
eram muito revoltas.


Assim ela logo se armava de 
um anti-clima  montado em suas 
palavras ofuscantes,
que mais pareciam julgamento 
de primeira instância.

O mais curioso é que um dia pensei 
amá-la,
mas ela nunca quis...e nem sei se 
o destino
foi complacente comigo ao criar 
nela essa versão de que 
eu  não tinha sido feito para
ser seu grande amor,pois em mim 
só alimentava
defeitos, sobretudo de viver numa 
praia com todas.

E não tinha jeito...
para mim só sobrava mesmo esse
defeito...
E então quando uma namorada
brigava comigo querendo 
privacidade,
e se enchendo de ciúme,
ela correndo vinha e dizia:

Bem feito !!!

Ah...então eu sabia que ela me 
amava um pouquinho, rsrs.
Do jeito dela é claro...


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Autor: Cássio Seagull
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Prosa poética que fiz em 21-03-10 às 15 h em SP
Lua nova – chuvas leves – 29 graus
Beijos e abraços para você...Boa semana..
cseagull2@hotmail.com
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