Causas...
O vento que ondula os cabelos da tarde
E esse sol que arde no tempo
A espera do refrescante banho da chuva.
Mas essa inversão térmica
Leva-nos a agonizar...
Na escaldante caldeira do Hades.
E, no cair das águas ácidas
Que não alivia nem de leve
A sede do corpo...
A pachorra de refrescar o inferno.
Pois que a mente, jaz inerte
E já não reage a estímulos que á advertem
Que o seu passaporte para o amanhã
Há tempos foi cancelado.
E ainda nos dizem...
Que somos nós que construímos esse mundo.
Quão tolo é homem que faz do paraíso
O escaldante refúgio para os seus dias.
Condenando ainda, aqueles que estão por vir.
E seria para isso que adquirimos o tal conhecimento?
Apenas para deletar o real teor da vida?
Transformamos tudo num grande círculo de poder.
Praticamente obrigamos a natureza
A reagir de acordo com os nossos instintos.
No vento que nos sufoca
Ou no calor que queima e consome
Como a paixão desenfreada da lascívia.
Onde está a pureza da água?
Tal qual a alma do homem
Mistura-se com todas as impurezas.
E... Saciamos nossa sede com restos de dejetos...
Talvez com um pouco de sorte, possamos sobreviver.
Mas, até quando?
E como é que iremos nos sair nessa sobrevida
Onde a natureza reflete a condição da própria humanidade?