Prenúncios

Naquele tempo, na aurora da minha vida, quando o mundo me pareceu belo. Aprendi este estranho jogo que é a vida. Ouvi discurso de personagens que estão a mais tempo no jogo. Ouvi conselhos. Desprezei boa parte deles. Fiz meu caminho. E senti o peso de tomar decisões autonomamente.

Aprendi a descrever sentimentos. Desaprendi o prazer de falar.

Taciturno, melancólico, misterioso. Apenas eu, atrás de um sorriso amarelo. De uma piada sem graça. De gestos ensaiados.

As pessoas acabam. Assim como os sentimentos, as pessoas acabam. Porém a vida continua. O sol sempre nasce outra vez. E o faz, como se cumprindo termos contratuais. Junto com a previsibilidade do sol esta a ferida da alma. As feridas sempre cicatrizam.

Por mais doloroso que foi a abertura. Por mais profundo que tenha siso o corte. As feridas cicatrizam. E somos até capazes de perdoar. E até mesmo fingir que esqueceu.

Alguns de nós vamos até mais longe e cometem os mesmos erros.

Sonho ser este tipo de gente. Queria poder errar tudo outra vez. Cometer meus mais belos erros...

É como saltar de um prédio. E de olhos fechados, sentir que o as asas do ventos te amparou em plena queda. E agora, você voa mais alto que os arranha céus. É como se mudar para um deserto e encontrar um Oásis.

Todas as minhas cicatrizes, minha costas marcada. Todas as minhas lágrimas, todo o meu suor. Meu sangue coagulando reflexões.

Naquele tempo, na aurora da minha vida. Quando o mundo me pareceu belo. Aprendi que meus erros eram apenas prenúncios de vitória.

Edson Duarte
Enviado por Edson Duarte em 07/02/2010
Código do texto: T2073934
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