MEMÓRIAS

Pasmem os anciãos de outrora

Que não reconhecem da criança sua inocência

Sem compromisso com o discurso correto e educado

Não lhe dão o benefício do desconhecido.

Assim tem sido ao longo dos tempos

Onde práticos da oratória conquistava corações

Dos adolescentes e pudicos seres

Que apaixonados pelas palavras

Nas praças eram classicamente ditas

E assim tornaram doutores.

Então o que se restava?

Ignoro que seguro porque sou das minhas limitações

Só não contemplo aqueles que recitam fórmulas

E como a criança que vive o presente porque

Não conversa com o futuro que à frente está.

A avenida não levará ao caminho que procuro

Tateando às cegas vê-se ao longe

Uma luz ou sei lá o que seja

Mas de guia serve tudo quando nada se tem.

Seguindo o esquife nobres e populares vão

Ao encontro do destino a todos reservado

E ninguém escapa da trilha por todos percorrida

Porque ao fim e ao cabo

É a mesma caminhada.

E na plataforma ansioso espera

O ancião espera seu neto

Uma criança que sorridente a ti caminha

E se abraçam

Passado e futuro sintonizados

E brindam a amizade e o carinho

Mutuamente sinceros e demonstrados.

E eu que a tudo observava

Nada fiz senão agradecer

Por tamanho privilégio a mim concedido

Pelos tempos a muito transcorrido.

E como uma criança feliz pelo brinquedo ganhado

Peguei aquele dia como o mais feliz da minha vida.

E lá no cofre da memória que não possui tranca ou segredo

A todos dispostas e ofertadas são

Minhas memórias em narrativas entregues

A quem queira delas compartilhar.