Sombra
Na noite a chuva cai silenciando a sombra que a trás do arvoredo se esconde. Temendo. Teme o vento - teme a sombra - teme a luz que a assombra, das estrelas apagadas pelo negro véu. Teme o chão que ainda não pisou. Ela teme.
Na noite que queima a angustia, ela teme a solidão. E sombra chora. Lá fora chove. E eu sou sombra.
Era então uma noite fria. Nela chovia. Nela ventava. E eu, sombra, lamentava
o lamento de ser
sombra
enamorada.