Indagação
Pensar intimamente no que numa vida se pensou.
Sentir que num linear de erros se cruzam as vozes e o desespero latente na pele, na voz, no vento daquele que traz a nós o que levamos.
Somos o caminho delineado pelas encostas agrestes desta íngreme montanha, icebergue, ou até imitação de céu. Somos passos, que se tropeçam, que se pisam, que se aprofundam e levemente dançam sob o chão arenoso, ou até quem sabe, num talvez, num chão sereno de verde, onde se revela a surpresa do canto da sereia lá ao longe no mar.
Mas erros pesam na alma, na mente, no sossego da noite, que se torna madrasta. E madrasta enrugada e feia que ri ocupando o céu, roubando à lua seu lugar, e o brilho... o quente brilho? indaga a esfera esbelta, ornada de crateras.
(Sonho, morre ali, no céu escuro que o sol não aquece com braços de fogo.)
Somos fragmentos da nebulosa que passou. E agora somos poeira, que procura a agregação. O reagrupar dos grãos, que um a um se foram dissipando no chão, no mar, na atmosfera.
E no como desse caminho, reside a inquietação