FALO O QUE NEM QUERO OUVIR

Tento dizer o que as palavras gritam em meus ouvidos

Se você consegue ouvir ou não... Tanto faz!

Não ligo para o que a burguesia arrumadinha e perfumada pensa de mim

Nem quero saber se eles gostam ou não do meu cabelo pixaim

Na verdade, to cagando e andando para o que pensam de mim

Não é atoa que a broa é redonda e a bisnaga é comprida

Cada um no seu cada um...

Ou, como dizia meu pai, cudum cum seu cudum

Não pisa no meu calo que eu não belisco sua verruga

Não me xinga de piranha que eu não te chamo de perua

E por aí a coisa vai...

Por mais idiota que pareça ser

Escrevo o que nem eu mesma quero ler

E pensar que outro humano consegue engolir esse troço

É tão agonizante quanto ver o leilão de jóias pela TV.

Cada texto devia estar num frasco

Com uma caveira no rótulo e uma bula enorme com muitos itens nas reações adversas

De preferência lacrado a sete chaves, já que seu conteúdo é perigoso e tem gosto ruim

Mas...

No país dos analfabetos e da automedicação

Fartem-se do lixo tóxico que pode causar mutilação

Fartem-se do meu palavreado chinfrim até a exaustão

Abusem da super dosagem sem pensar na contra indicação.

Como receita de pajé tupiniquim, esse xarope que adentrou por sua garganta

Logo, logo sairá por outras vias menos nobres

Coisa que tanto rico ou pobre

Cristão ou judeu

Fazem religiosamente em quase todo dia santo

Também... Se não fizer...

Fudeu!