QUE ASSIM SEJA
Hoje as bombas silenciaram
E corpos das sangrentas batalhas
Não estão expostos como troféus conquistados.
E a bandeira com seu brasão em conquista
Não flameja ao vento e não destrói casas e vidas
Ceifadas outrora à violenta passagem
Das armaduras e finas lâminas cortantes
E o sangue que vermelha à terra
Cessa as vidas dos moribundos lutadores.
Hoje as marcas já cicatrizadas
E olhares esperançosos e amigos
Guiam as mãos às ruas frias e ocupadas.
E homens viris e bravios outrora
Procuram à escuridão da noite
Seus amores da juventude perdida
E se entregam às letras e lembranças
Registradas e esquecidas num canto qualquer.
Hoje tudo de novo se deseja
E se compartilha a lã que aquece
E o mel que alimenta
Ao próximo como seus iguais
E juntos caminham às veredas
Antes dividida e reclamada.
E os inimigos inventados
Irmãos se tornaram
E todos ganham
Em aprendizado e companhia.
Que assim seja.