Que mais não posso dizer?

Corre-se a noite, veem-se vulcões, erupções invisíveis, catástrofes ¨amigas¨, formigas do meu sertão. Há insetos na casa, ratos lá nos porões, parentes nas celas, irmãos nas prisões, cativos em cativeiro, cadáveres em fogueiras, amigos em aparelhos a que chamam CADEIRA DE RODAS. Que mais não posso ver? Que há com os fusos? Que é o obtuso? Não se faz mais paz como antigamente? Por que as esquinas aqui são encruzilhadas? Por que a zona mais povoada é a mais ZONA do meu lugar?

Correm as pernas, veem-se tiroteios, corpos no chão, paz acabada, mães chorando, tijolos furados, meu eu mais atordoado, meus pecúlios por findar. Que mais não posso dizer?

Permanecer vivo é questão de obrigação !

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 21/11/2009
Reeditado em 21/11/2009
Código do texto: T1935920