Espaços
Um giro... Um grito!
Ouvir as ondas sem compromisso...
O mar do tamanho do mundo... Um resmungo, nas pedras... O sal de um Rio.
Amar em vulto... Ser a base... Rodar em voltas de um infinito.
Beijo a lua com os olhos... Enrolo-me na rede dos dias... De horizontes.
As janelas são tantas... Posso enquadrá-las no compasso... No ritmo da dança...
Esquecer o movimento do tempo...
Nem perceber que ainda existo...
Um vulto...
Espaços que rasgo com o peito...
Sei de cada detalhe... Sei de tudo o que é falho...
Sei tanto que reviro as entranhas do não saber mais nada...
Espaços de quadros... Meus papéis dobrados... Um caminho de paredes enfeitadas...
A fina camada de poeira... O deslizar os dedos pelo futuro... Quebrar os vidros... Espaços de jogos de espelhos...
A linha fina... Romper fronteiras... Escalar o tempo...
Poeira.
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