Sem Artimanhas !

A distância não importa para nós ,

nossos pensamentos se encontram

dia-a-dia e, contam casos, cantam canções

e fazem juras de amor e,

sorrem docemente... muito docemente.

Olho para os muros sujos

do pátio da nossa escola ,

vejo rabiscos nossos ... rabiscos de outrora

sorrio ao lembrar do nosso trêmulo aperto de mão

Ergo o olhar ... vejo um papel voando,

voando lentamente , lentamente como uma pluma...

surpreendo o sol que espreita o voo

e um sorriso maroto desejando abortar os meus planos.

Na ponta dos pés , tento um voo ...aiii...

baixo, suficiente para capturar a pluma pois,

sinto haver chegado o momento.

pego um lapis , escrevo uma mensagem...um endereço.

Atrás do muro o trem apita , apita na curva ,

bilhete na mão suada...saio correndo

busco no vagão a caixinha do correio

coloco-o . Novo apito , um apito nervoso e o trem...

deslizando pelos trilhos, vai embora requebrando , fumegando.

... e eu alí, parada , olhando e...

acenando, acenando

acenan

ace ...

aaaaaaa....

CALLENA, prosa escrita em maio de 2009

Publicada em 14 de novembro de 2009.

kalena
Enviado por kalena em 14/11/2009
Código do texto: T1922767
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