29 de julho

Dou-te um poema

o poema de aniversário do aniversário que eu não te dei presente,mas que ficou guardado na gaveta dentro de uma caixa roxa que o correio simplesmente nao pode entregar

Dou-te então este verso simples,prefiro ignorar as tragedias que nos levaram a caminhar no mesmo compasso,prefiro deixar-nos assim,sentados a distancia da imagem de que sabe-se-lá o que a um milhão de quilometros de distancia,deixo-nos assim,apenas porque nao tenho outra opção

Pararei,se eu escrever mais você não gostará,acredite eu não sou boa com as pessoas,escreverei-te num dia de sol de um janeiro de uma outra vida quando você simplesmente não puder mais ler,apenas quando for uma doce lembrança na mente de uma velha cansada

longe disso,neste momento,não te dou um poema,não posso

dou-te apenas a suposição dele

uma teoria,uma espera,apenas palavras

assim como agora não posso ser mais de uma suposição de pessoa

que nao sabe nem ao menos encerrar um poema

ou comprar um presente de aniversário

obrigada por existir