Desolação

Desolação

Vanderli Granatto

Calo-me...

Amargores, desinteresses...

Em vão, luta-se nas turbulências.

Em cada amanhecer morre-se um pouco.

Trinca-se a esperança,

persistente é a tristeza ao longo da jornada.

Perdido o entusiasmo,

o riso torna-se apenas, um risco travado,

em lábios fechados.

Abalado os sentidos,

enveredo sem objetivos pelo mundo.

Não é loucura o que sinto,

apenas tristeza profunda.

Desistir da luta ou caminhar sem olhar para trás...

Titubeio...

Desilusão, marca dolorida, nessa ilusão de vida.

Diante de incompreensões,

por não suportar incoerências, calo-me.

A quietude é melhor, o desânimo ganha força.

Clamar pela primavera no inverno, de nada adianta.

As flores murcham no frio instigante.

Infinidade de desilusões,

longe do paraíso sonhado e cantado

em versos por qualquer sonhador.

Paraíso está indiferente,

às visões negras do mundo.

Deixo meu eco, espectro de loucura talvez,

para entenderem que, fixou a dor, em minh'alma.

Calo-me...

Vanderli

07/02/2009

Botucatu/SP