Ainda às próprias custas

Não tenho resistido o bastante. Subsisto ainda, sob sustos ainda, sem dinheiro ainda, sem meu luxo ainda, sem ninguém, ainda. Sem aposentos ou aposentadorias fartas, sem esmolas ou bênçãos, sem amém ou aleluias, sem estereótipos, sem resistência à vida. Vivo, e o mínimo que faço é viver, e o máximo que alimento é ser, no mínimo, um grande às próprias custas.

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 10/11/2009
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