Nos braços do vento
Voar entre as nuvens coloridas de uma tela qualquer... Assim, eu falei em outro texto condicionado pelo dito peneirado...
Há aqueles que se perdem com o rodopio do vento... Há aqueles que se enganam no rumo...
Mas, o vento só levanta quem está no prumo...
Regar as flores, todos os dias... Esqueço-me. Às vezes, trago as latas vazias... Em outras, trago-nas transbordando, afogo as plantas com tanta ventania...
A medida certa, ainda não a encontrei em latas velhas...
Nos braços do vento, seguirei brandamente... Se possível fosse não querer um furacão de emoções...
Branqueio o céu, em pernas cruzadas... Um pé atrás do outro, numa só estrada...
Ouvi sinos, depois de um beijo... Agarro-me para não afogar-me em terra plana...
E o vento vem de fininho... Abriga as voltas da silueta através da vidraça... Vejo asas...
"Não perder-me"... "Não me perder"... A ordem léxica aproximada pelo "não"... Mas, Eros chega com o vento... Encantadoras asas, mas impulsivo regresso... ( Um jovem sem muita razão)...
Brigar com o vento?... Nunca!... A psique coberta pela questão.
Olhei, nas gotas finas que caem do alpendre, um recorte de horas... Um amor aos bocados... Abocanham-me os arrepios... Está frio.
Nos braços do vento... Os lenços se acalmam. Agrupam-se na escadaria do corpo... Sobem até o pescoço.
Ah! Quantas metáforas para falar de um sonho...
13:09