Amanhã
Versos... Reversos de um momento.
Soltos e lentos... Sem peso... Sem medida... Seriam os dias...
Em voltas a cachoeira... Em flores de uma montanha tardia...
As horas que passam lentas... Na face de uma noite cinzenta.
Melodia... E voltas no travesseiro... Assim é o livro que leio.
Sentir falta da vida de outrora... Estabelecer uma manhã, agora.
Um futuro que não é presente... Ainda lasso em algum lugar no vácuo.
Metáforas para condiconar o dito... As faces de um dia em morna fragilidade...
Um texto único... O último texto.
E as voltas das voltas... O rodear aos joelhos... Metáforas.
As folhas caem, Amor... As folhas caem nas páginas amareladas...
Enfim, fecho os olhos... Seguro ato.
O canto na goiabeira... O gemido dos galhos revoltos... Sem vento...
Os pássaros cantam à noite... Em estrelas que teimam em brilhar...
Quem diria que as mãos ainda escrevem... Quem diria que o texto é o resgate... Nada de nada... Apenas palavras?
Laço a vida com dedos frágeis... Sou o espelho que tem refletida a tua face...
O sonho... O acordar em laços de fita... Em um quadro qualquer, que não me reflete...
A vida em papel quadriculado... Um traço fino, com o pé na estrada...
Apagarão com giz?... Quem sabe, amanhã.
22:27