A CHEGADA ESPERADA

Enfim a chegada há muito esperada

Na parede da sala outrora pequena

A foto dos saudosos tempos daqueles

Que repetem para os seus

Conselhos e broncas recebidos dos pais

Sexagenários e avós de netos igualmente

Crianças danadas como seus filhos foram.

É que só com a passagem dos anos

As rugas testemunhas sinceras e desinteressadas

Do afago gentil como mero sinal de educação

Não podem esconder o que se vê a olho cru

E o dia que cede seu lugar à noite

Não terá perdido seu brilho.

E como as mulheres de Atenas

Imortalizadas em versos e canções

Que zelavam por seus maridos

Mandados ao campo de batalha

Ficam nos aeroportos ou simplesmente nos portões

Os corações e braços abertos para o afago fraterno.

E a distância motivadora

De cartas e saudades relembradas

Em novas mensagens enviadas por muitos anos

Finda e abre caminho para novas narrativas.

E em volta da mesa posta

Com carinho e muitos risos

Todos se olham e se beijam

E saboream o prazer da companhia

Como se degustasse o bolo de milho

Dos tempos de criança ao fim das brincadeiras

Hoje faltosas e revividas nos encontros

Pelos pais aos olhos atentos dos filhos.

Nada se quer nem se deseja porque

Preço não tem quando se conserva

Na memória qual fotografia olhada

Com saldosa lembrança as imagens congeladas.

E todos, transcorridas as narrativas

Se olham

Nada dizem em palavras

Porque é no silêncio

Que se verifica que o tempo passou

E deixou marcas bem vindas

Como são quando se espera aos que se gosta.

silvio lima
Enviado por silvio lima em 21/09/2009
Reeditado em 23/09/2009
Código do texto: T1822101
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