Caminhos...
Danço à luz das estrelas... Elas não escondem as explosões de milhões...
O céu envolto pelo vento... Vi a lua, enquanto dava passos por entre as pessoas...
Eram tantas... Os carros... As buzinas... As luzes ofuscavam meus olhos... Os cabelos ao vento... Passos que adornavam o movimento dos quadris...
Eram tantos caminhos... E o som, nos ouvidos, acordava o ritmo das passadas... O peito tremeu... Envolvido pela constatação que fez...
Não há como iludir a vida... Não estamos sempre dentro de pétalas de poesia...
Ou estamos... Já não sei.
Os carros... Olhavam-me sem saber o que fazer... O som esculpia os lugares onde eu pisava... Então, eu não via o que acontecia...
Foram muitos a escorregar pelos dedos... Outros, num quase atropelo...
E a noite caiu... Recostada na face clara...
Sozinha, entre milhares de calcanhares...
Sozinha, fazendo de o corpo o raiar da mente...
Sempre...
A imagem criada pelos campos de trigo, coberta... As vestes em lenços tão finos deslizando, enquanto o sorriso vai-se de costas e o olhar fica meio perdido no chão...
Corro solta, enquanto caminho...
Que a vida seja leve, para que as costas não se enverguem de frio...
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