Olhos da alma
Seu cheiro em minha cama.
Sua pele na ponta de meus dedos.
Sua língua na minha boca.
Em alguns momentos a lembrança traz a tona os sentidos que metidos e entremeados recortam o dia.
O olfato não se dá conta de que levanta na trama um odor que não existe!
O tato roga à Deus que o refine para que não ultrapasse os seus limites e toque o ar dando-lhe forma.
O paladar busca o sabor de um alimento roubado/doado, mas não olhado.
A visão reclama o medo do olhar, a fuga do encontro, o falsete da voz que fala aos ouvidos da alma!
Oh, alma que chorosa e amante busca o brilho incandescente dos teus olhos tateando o caminho do encontro! Quem sabe ao cair da noite na forma da tua energia possa você alcançar o equilíbrio dos sentidos mergulhada em sonhos e olhares não tidos.