Espelho
A imagem seleta... O vulto no abismo secreto... O vento a corroer os meus véus... O infinito, sob teu foco...
Assim, correria os dias... Entre os arcos... Entre os vultos de um castelo laminado de sentidos...
Um mundo, certamente, bonito...
Deitar-me-ia em campos amendoados... O som a romper com a razão...
As voltas dos joelhos debulhando cada gemido... Assim a Lua seria matriz de Diana...
Um recado recatado ao pé do ouvido... Um quadro pintado... O dedilhar das curvas de uma estrada...
Tua inspiração...
E os versos ganham o tom que aparecem... São recortes de um dia nublado... São as vozes de um futuro-presente... São o chão que não segura os meus calcanhares...
Assim, seguirei para sempre... E o meu grifo marcado no espelho...
Entre heras, encontro teus passos...
Entre lenços, encontras meu coração...
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