Formas...
Mergulho nas asas do tempo... Recuo com as ondas do mar...
Seletas lembranças... Meu riso, num asfalto qualquer.
Andanças... Andanças... Danças...
As argolas contornando a face demaquilada... Real!
Retorno ao ponto exato... O dedilhar das notas... Ser, em plena Lua.
Assim, corroídos pelos dias escorregadios, somos o que nos é possível... Um momento único registrado nas lacunas... Uma escrita cuneiforme... A marca de um gado-relevo... A greda de uma forma trabalhada...
Cré da concha marinha... Crer e marcar as voltas e voltas que eu dou... Um rascunho... Uma fôrma de possibilidades... Ser concreto... Aerado.
E o dia, nublado e renovado, atingirá o seu cume... Do corpo, a tua árvore desperta... Da fome, a sedenta fonte elege-se... O âmbar que vira gema... Solidificado pelas atitudes de uma vida inteira.
É comum rabiscar as formas... Retocar as sílabas exatas... Fazer do texto a tua linguagem definida... A tua língua...
O vento passou depressa... A vida continua aqui...
Fazer dela a planta-baixa de sonhos... Fazer do Amor, algo de outro tamanho... Um fóssil desperto...
07:55