TRISTES MEUS OLHOS…

Meus olhos tão tristes deixei-os numa

ilha remota, de minha infância.

De areias brancas, altíssimas eram

as suas dunas, que separavam o mar

bravo da tranquilidade da lagoa, com suas

águas amenas e temperadas pelo sol.

Então na loucura macia de nosso ser

criança, subíamos ao alto do mais alto da

duna, e mergulhando nas areias brancas

rebolávamos, feito loucos, dezenas de

metros, até alcançarmos e mergulharmos

estrondosamente, nas águas limpas da

bela lagoa, por onde se passeavam,

brincando nas águas, imensas crianças

e mais ao fundo caiaques pareciam-se

a autênticos navios.

E quando do outro lado, da grande duna, o

mar trazia a maré baixa, logo uma

descida repentina das águas, da extensa

lagoa, visão extraordinária se nos deparava,

ao ver as pessoas atravessarem, com a água

pelos tornozelos, toda a imensidão, da

mesma, de uma ponta à outra. Também o

fazíamos porém ansiosos de que o mar

voltasse a subir, para assim regressarmos

às nossas aventuras sem igual.

Cansados de tanta movimentação, vinha

a tarde e com ela o sono merecido e de

pronto já estávamos sentados, num cinema

ao ar livre, para ver o Bruce Lee lutar.

Sim… tristes meus olhos…. Pois não lembro

mais onde a ilha remota…! e tudo se

resume a algumas lembranças antigas.

Jorge Humberto

13/08/09

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 14/08/2009
Código do texto: T1754075
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