Sede
Escute a rua...
Ela diz que o movimento continua...
... Não enganes. O amor está no ar... Elevado por andaimes.
Podemos respirar o contínuo sentir... Podemos ser a fonte que se apropria da sede... Basta olhar!
Nas entrelinhas de um sentido resvalado, posso colher-te em versos... Posso ser o regalo antecipado... Podemos ser, entendes?
E a vida rola solta, no céu da minha boca...
Caminho por entre o vento... Gosto dos cabelos soltos, tu bem sabes...
Descalço-me das vestes... Enlouqueço os gestos... Louca! Mansa... Nem sentirias o que passou por ti... Atordoado!
E a poesia ganha tranças... Rodopia as névoas de uma lembrança... Lembrei-me do dia... Da canção em prumo... Daquilo que era profundo.
Louca melodia... A de todos os dias!...
As ruas estão tão cheias... Sinto-me a andar em direção contrária. Atropelo... Lenços e lenços por entre as frestas dos vagões... Saio sem pressa... Com os pés descalços...
Na areia fina, escorro os dedos... Da cachoeira, saio em curvas molhadas... E o vento... Ah! O vento... Algumas páginas reviradas.
13:07