MORTE do AMIGO EM PROSA POÉTICA
O sangue esvaiu-se todo, o corpo agora opaco em luz translúcida que transcende e acalma irmãos. De dedos róseos a flor vermelha pende, na vida o renascer eterno. Saber-me perto impolga feito diamante e o que antes válido, impermite sonhos.
E há outra alternativa posto de lado o perfume que emana feito moça em alegre acompanhar de pássaros:o tempero, o sinal verde, a espera do filho em escola pública; a páscoa que evidencia o coelho e o ovo em consumismo e exploração, chocolates em vitrines a perder-se o sentido primeiro, igual a Natal e Ano Novo que se faz velho sem morte e crianças tristes, vazias mãos.
Hoje morto amigo, dou-lhe um travesseiro branco e inútil, antes gravatas, sabonetes e versos. E, pela tarde o adeus, minhas mãos quentes e sensibilidade, os seus olhos perfeitamente dormidos. Eu vou sorrir lá em casa, pois o tempo se fez triste no meu vizinho.
Eu, maior em saudade,
tudo recomeça.
Somos cônscios e cordatos.
Felizmente...