A caixa
Um lado lacrado... Fechado para não perder o conteúdo.
Uma sintonia de palavras agrupadas em uma ordem de escadaria... Uma seleta busca pelo que está escrito... Meu mundo parcialmente bonito.
Gosto de caixas... Gosto de arrumar as fitas... Os laços. Alguns textos... Algumas fotos... Um diário.
Das caixas e barcos... Eu os faço de papel de bala...
Pequeninos mimos que doo a todos que amo... Meus sonhos.
Hoje, a caixa chegou... Não abri. Precisei de tempo para que o coração não corra na frente e atropele a visão... Deixei-a num canto... Olhei-a de canto... Só depois de avisar ao mundo é que a abri lentamente...
Eram cinco... Meus!
O infinito brinca comigo... Já não sei se o que dizes é real ou não... Não importa... Existes. Se molduras para mim, sei que as salas estariam fechadas... E eu não saberia lidar com arcos sem chaves...
Isso eu recolho e guardo... Que o Amor seja o teu guia... Que marquemos o mundo com caixas coloridas... Sem peso de mentiras.
Preciso desse tempo de espera... Para abrir-me por igual... Em cantos de uma voz serena... Em cantos de uma caixa marcada pela sintonia de sentimentos... De medos.
O tempo só fica afoito... Solto... Quando a boca se apropria... Quando o peito decide... Quando a imagem é encaixada na realidade.
Olhei a caixa e toquei-lhe a face de tantas histórias... Meu sonho em folhas de papel... A foto, sem igual...
Eram cinco... E tem muito mais deixado para a posteridade... Uma realidade concretizada pelas pontas dos meus dedos... Mais uma... Meu!!
Pensei em dividir contigo... O olhar do sonho iluminado... Talvez não alcances o tamanho disso... Porque o sonho tem o tamanho da caixa que vi... Que abri... Mas, já fazemos parte de um sonho... Por que não sonhar de fato?
O livro aberto sobre a mesa do destino... Nem eu acredito!
18:00
(OUTONO chegou! Está na Editora Protexto... Mais um pedacinho de mim, em folhas de sonhos...)