Dialogo de Mim Mesmo

Vejo, agora, que se morre mesmo ainda vivo, que se perde o que nunca se teve, que sempre há uma dor maior a sentir, que ainda que lute, que batalhe pela vida, estamos... Estou destinado a morte. Mesmo que heroísmo seja persistir um pouco mais quando tudo parece perdido, a verdade que se aprende nos gibis... é que os heróis nunca sobrevivem, os heróis sempre morrem...

Por que sonhamos com o prazer se vivemos as margens da felicidade, nossos moinhos de vento é de longe a realidade mais cruel que se sobrevive.

O segredo da convivência, é saber conviver consigo mesmo, é saber suportar nossos próprios erros e reconhecê-los.

Diálogo de mim mesmo. Sempre dialogo de mim mesmo...

Seis bilhões de pessoas em um planeta tão pequeno, e ainda assim me sinto só, e ainda assim estou só. Nadando contra maré, e ainda sem motivos para nadar.

Ativismo é para idealistas, é para quem acredita que há um além, que há futuro, que ainda existe coração nos homens, que há solução para uma humanidade que tem intrínseco em seu ser a autodestruição por motivos fúteis.

Destruímo-nos por que odiamos;

Destruímo-nos por que amamos;

Destruímo-nos, por acharmo-nos melhores;

Destruímo-nos por acharmo-nos piores

E tornamo-nos piores a cada destruição, a cada morte, a cada menina descartada na china, a cada menino que falece de fome na África, a cada homem que morre de sede no nordeste brasileiro. Nos tornamos deuses ao achar que podemos decidir pela vida. Tornamo-nos demônios, quando achamos cada vida indiferente.

Dialogo de mim mesmo.

Eu sou o meu monstro no armário.

Edson Duarte
Enviado por Edson Duarte em 09/08/2009
Reeditado em 23/08/2009
Código do texto: T1744668
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