Lado oposto do rosto
Me tire da solidão
Me deixe tocar sua mão
Preciso de compania.
Preciso matar a tristeza
Sou fruto da natureza
Sou filho do medo e da fome
Um corpo estranho sem nome
Que vive a vida à deriva
Sou casca podre ferida
Contaminando seu ar
Sou praga que plorifera
Veneno e garra de fera
Sou mato na primavera
Verão de cinquenta graus
Sou bem transformado em mal
Um resto no seu quintal
O lado podre da vida
Fazendo seu carnaval
Sou eu você amanhã
Na curva longa da estrada
Produto da sua risada
Piada contada sem fim
Sou eu refletido no espelho
No fundo do seu camarim