Papel picado...
Olhei o cordel em fina louça... Um artifício colorido... Um mosaico... Precipício.
Tantas em volta do mesmo ciclo... Cada qual revelando as vontades... Cada uma sendo duas... O aceitar e o não-aceitar...
Soluços... Gritos da alma... Sorrisos falsos... Perguntas sem respostas... Ou com vagas respostas...
Assim, ditas o teu caminho... Sabias que ficarás sozinho?... Talvez não... Depende do tamanho do circo.
O mosaico pintado em cores de flores... Assim, despercebido engasgo... Um vaso... Falariam as formas... Quase tudo em cinza-claro... Claro!... Claro.
As facetas de algo quebrado... Juntam-se os cacos... Molha-se o avesso acimentado... E pensam os realistas que tudo está articulado... E as valetas que compõem os espaços?... Giz e esquadro... Tortos rostos, descamados...
A arte de viver um grande espetáculo... Tantos nós na garganta... Tantos calçados sem pés...
E ainda achas que me amas... Mesmo a rodear outras esperas...
Um dia cansam... Dão o veto... Dizem não!... E, depois, pensam bem... Voltam-se a tua direção... Assim, consomes o que sobra daquilo que foi torneado pelos braços de outros cantos...
Ah! Humanidade!... Somos tão vorazes... Queremos comer até outros corações...
O fogo... Quem queimaria os próprios passos?...
O "pagar pra ver" parece luta, mas é causa injusta... Sem freios... Sem recuo... Sem compromisso...
E o desejo... Esse ganha tantos nomes... Depende de quem pergunta... Depende de quem responde... Mas, quase sempre, está na ponta da língua a palavra que lhe retira da risca... Temos tantos "amigos"...
Então... Volto a falar dos cumes... Mais alto, maior a queda... mais baixo, não saberás o gosto do subir...
Salientam-se, ainda, as curvas... Do corpo que outros consomem de ti... De mim...... Volto a falar para cada um voltar ao seu começo... Ou ,do resto, eu já esqueço.
Falei do fogo... Algo que desconheces de fato... Algo maior, em chamas latentes... Algo que gera a transmutação... Mas, isso, ainda precisas colher nas mãos... Alquimia começa na alma... Na dignidade e na Verdade...
Sei de tudo que te corrói... De cada ato falho destorcido... Sei das artimanhas que crias, para seres ouvido...
Ah! Humanidade onde perdeste o teu filho?...
Só eu fico...
21:38