RAIOS E TROVÕES
 

Aqui estou!

Diante da suavidade e palidez da página em branco, e da tormenta de raios e trovões internos, buscando, nas palavras, o repouso para as angustias enraizadas em minhas vísceras, num momento de dor.

Careço desbloquear meus devaneios lúdicos, para exorcizar o egoísmo de minha razão estóica, e entender minhas experiências malogradas, acolhendo-as com a piedade do afeto.

Como é ardida a ardência e, ao mesmo tempo, valiosa a consciência da germinação da multiplicidade de meus eus e da ambigüidade de meus ninguéns.

Como são confusas as fronteiras de minhas aquiescências com as de minhas renuncias,no desafio imposto pela vida, neste momento, na suspensão de beber  a vida com sofreguidão.  

Sou arrastada a desfazer de coisas, a superar ausências, a guardar lembranças, a curar feridas, a  descobrir  meus pontos de resistência, a vestir uma nova roupagem para encarar meus raios e trovões  traduzidos em minhas contradições.