Leve
Lembrei-me de Calvino... Das cidades entrelaçadas... Das muralhas arrebentadas... Do interior naufragando pelas palavras...
Lembrei-me dos polos... Do leve e do pesado... Da inconstância dos mesmos arquipélagos...
O amor dita tudo... Até o recuar das frases... Das vontades...
O leve dito definido... Aquele que fora nessa vida o mais bonito... Torna-se peso para que o lê com as garras do chão.
Entrei pelos caminhos que me foram permitidos... Dediquei cada palavra envolta em chamas... Fui até o fim da trama...
Abri as portas... A parte mais difícil dessa estrada...
Permiti-me ser EU... Fui Eu, em todos os recortes... Nenhuma palavra falha... Nenhum medo percebido... Apenas quis-te beijar as palmas...
Do teu máximo concebível...
Do leve ao eterno peso da balança... Coisa que a vida dita... Não eu.
As heras que trazes em teus pés... A construção de uma vida inteira... O deixar clara a minha preocupação... Ser além de amada, ser pirata do coração...
Na Literatura, as teorias permeiam as épocas diferenciadas pelos focos... Permitem-se os vagos... Lacuna-se mais fundo os buracos... Pode-se ver, em eterno afresco, o pintar dos diferentes polos... Com os olhos bifocais da semelhança-diferença...
O leve e o pesado têm o preço da consciência... São tão tênues as fronteiras... SAID sabe disso... Eu é que não aprendo...
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