Outono
As folhas estão caindo
E na rua molhada aconchegam-se
No frio silencioso do outono
E no céu cinzento da manhã.
As horas passam tristes
Caladas no soar emudecido do tempo
As ruas esvaziam-se aos poucos
E resta somente a insolúvel solidão.
O vento balança a vidraça
E a chuva aumenta nas poças do chão
Folhas amareladas na janela
E árvores secas morrendo no frio.
Sinto um pouco do outono em mim
Nesta solidão impermeável
E na frieza do meu sangue
No silencio e na escuridão de minha alma
Nesse vagar tímido que chamo vida.