Beatriz e a lagoa...

Beatriz saiu cedinho... O dia a convidava...

Correu os olhos na rua... Caminhou firme próxima às calçadas...

O céu azul em flor... Parecia que ainda sentia amor...

Correu os olhos pelo verde... Pensou naquilo que não podia... Imaginou-se várias marias...

Beatriz anda sem prumo... Vai embora das redondezas...

A viagem está marcada... Vai guardar-se... Sem atropelo...

O sol forte anunciava que não ficaria muito na estrada... Quando o peito aquece assim, é hora da revoada...

Ela se conhece... Sabe onde prende os calcanhares...

O dizer não ao infinito... Foi o mais difícil e eterno dito...

Desta vez, desistiu muito tarde... Estava envolta por todas as partes...

Beatriz é a minha terceira personagem... Alguém mais parecida com a autora... Tem os pés mais firmes ao chão... Nunca, de forma alguma, doa o coração...

Mas, desta vez, Beatriz pensou que a vida era verdade... Pensou tanto que imaginou a minha casa de pedra... Beatriz foi criança... Nem notou que estava rodeada por várias faces...

Porém, nessa vida tudo se ajeita... Basta não recorrer ao choro... Olhar para frente, num dia de sol... Pegar as duas rodas e dar uma volta...

Aceitar o carinho oferecido... E pedir ao cosmo que a

vida passe depressa...

Beatriz rodou pelas ruas... Suou os cabelos, na face... Recortou o dia a seu modo... E perdeu-se guiando a sua moto...

Dizem que a moça anda agitada... Que o trabalho lhe toma as noites...

Mas, Beatriz sabe que o adeus lhe roubou o sono...

Um dia, ela confessou, vai sorrir disso tudo... Não agora... Nem depois da viagem... Talvez, quando acorde e perceba que ainda é cedo...

Disse-me ainda que tem medo do que sente... Que vai fugir da cidade maravilhosa... Vai vibrar em outra galáxia... Talvez, nunca mais retorne.

Sentirei saudades de Beatriz... Ela tem um "q" de loba!... Mas, como diz o meu amigo... "é boba"...

Hoje, eu fui passear com Beatriz... Ela estava contando do medo... Acho que vou escrever algo sobre o medo... Não do meu...

Falei da lagoa?!...

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