Palavras

O dito feito... O proíbido!

As palavras dançaram, nas vestes que retirei...

Um momento, marcada... Algo para guardar no eterno visgo...

Um carinho rabiscado... As folhas soltas na calçada... E os versos em explosão.

Teríamos mais tempo...

Mas, o recorte esfarrapado dos sentidos... O perceber que nem tudo é transparente... Faz do diálogo algo comum... Aquilo que todos têm...

Minhas palavras são de fino trato... São a exposição do meu retrato... Não há falsos dizeres... Há sempre o carinho guardado.

Meu jeito estranho de lidar com a vida... Ser sempre o que a face mostra... Não esconder-me atrás de cortinas...

A vida recolhendo a arte... A Literatura o meu Norte...

As palavras são as mais verdadeiras... Uma verossimelhança em cópia feita...

Assim distribuo os meus sonhos... Sou alguém de outro tamanho...

A lua prata, ontem recolhida... Os risos envoltos em teu canto... E o dizer aquilo que alguém precisava dizer-te...

Não enroles a vida, em tantos panos... Seja claro... Feliz, sem truques e farrapos... Olhar a vida sem mentira... Ser forte!

As palavras, tolos esqueletos, de uma Língua saturada de discursos falhos... São o que te prendem em um ciclo... Sempre o retrocesso...

Precisas da luz de um gosto sereno... Olhar a praia e recolher o vento...

Nada de pescar rostos... Ou colher, apenas, as estrelas que desejas...

Se a escolha foi feita, foi porque o cansaço chegou... Não há como conter o que não foi dito... Teríamos mais tempo... E seria bonito.

Volto a crer que falta algo... Que precisa ser contado...

Sou a desfalecida face... O que as palavras deixaram de dizer.

Então, em lua tu me procuras... E o ser tua ficou vago e permanente... Não há como solidificar o dito... Se a falsidade tu deixas em tua volta...

As palavras são traiçoeiras... Servem de pano, quando alguém esconde o rosto...

Mas, dizer-te ou ouvir "Eu te amo" não foi brincadeira...

As palavras complementam-se com o cotidiano disfarce...

Como iluminar-te... Se escondes a verdadeira face?...

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