Oscilações
Agora lúcido,
Logo mais, confuso.
Alterno lucidez e confusão,
Meio que consentindo uma esperança volátil.
Neste quase é,
Deste pode ser,
Alimento o nascer de ansiedades,
E o renascer das velhas angústias.
Se ao menos restasse lúcido ou confuso de vez!
Mas não; vivo neste estar entre.
Entre humores e temores, rumores e dissabores;
Oscilo a todo instante.
Os sonhos ainda acordam divididos;
Uns refletem findo o horror,
Outros projetam pesadelos, mesmo que sem terror.
Quisera que estes outros, jamais sejam reais!
Ainda trago comigo parte do que recuso.
Talvez por isto a sensação de arrepio,
O asco do antigo, o receio do novo;
Talvez por isto, oscilo em oscilações.
Quem diria que eu me desacolhesse tanto!
Mas, tenho de dar as costas para o saldo de trevas,
Voltar-me para frente, ou melhor, para cima onde amanhece,
E incitar de vez este coração contrito.
por Magno Ribeiro em 4/7/2009 às 21h05min.