EU SOBREVIVI AO ÔNIBUS DA FACULDADE!

Não foi uma tarefa tão fácil, eu confesso; mas muito árdua, ter que conviver com as muitas faces que as pessoas expuseram ao longo de quatro anos.

Este ônibus, breve não me reservará mais espaços próprios, mas será um sinônimo muito importante na minha caminhada: escola de rodas, quantas coisas foram aprendidas e compreendidas nela, seja pela carência de conhecimento, ou pela força que a necessidade insere em cada um de nós, nos tornando em mendigos da sabedoria, ou mesmo pela severa lei, de que, ou você aprende, ou é deixado pra trás.

É embaraçoso dividir isso com todos vocês, mas seria difícil explicar o que eu aprendi e como eu aprendi, sem compartilhar essa história complicada.

Hoje sou um herói! E não preciso está trajando nenhuma fantasia para isso, mas o que realmente me tornou, foi ultrapassar esses quatro anos, vividos em meio a personalidades tão distintas e diferentes. Não quero ser único, mas qualquer mortal que passar pelo mesmo que eu passei, pode se considerar como tal, pois não é fácil encarar “pessoas” com as máscaras mais cínicas e pérfidas que podem existir, ao longo de muitas viagens sobre rodas.

Se tivermos força de vontade, todos nós poderemos ser os Super-Alunos ou mesmo as Alunas-Maravilhas, e fazermos toda a diferença na arte de ajudar o próximo, com nossos poderes e habilidades (conhecimento e sabedoria) especiais.

Culturas que estão esperando apenas para serem aceitas, mas o livre arbítrio que recebemos do Deus criador, faz com que apenas escolhamos aquelas que mudarão nossas vidas, seja ao nosso progresso, ou regresso, e se me permitem dizer, prefiro optar pelo primeiro exemplo. O que nos difere, pode acontecer por várias razões: reconhecer a diferença que há entre a sinfonia de Beethoven ou mesmo de Mozart, com algo intitulado apenas como lixo sonoro e palavras de um intelecto tão pobre que nem merecem ser pronunciadas, é de fato um bom exemplo disso.

Escolher em magoar, ou ser magoado; em ridicularizar, ou ser ridicularizado e em ajudar ou ser ajudado. São escolhas, que não mudarão apenas nossas vidas, mas faz com que interfiramos na vida do próximo, dando-nos a chance de remissão.

Não viverão uma vida de paz, se depois do término da faculdade, tiverem uma vida cheia de arrependimentos; então pra que estes não lhes sufoquem, nem lhes aprisionem, vocês têm que ousar mais na vida, apreciar detalhes e não se importar com pequenas tolices.

Depois da minha saída, perceberão que o ônibus não terá mudado, ainda terão conversas muito “loucas”, paralelas e triviais, e as garotas ainda estarão lá, aquelas que mesmo quando crescem e se formam, continuarão as garotas mais bonitas que já viram; a cultura musical ainda será totalmente diversificada, com “atritos” entre católicos, evangélicos e mundanos; pessoas espertas que todos conheciam como “os cabeças”, mas que eu só conhecia como almas irmãs, ainda ocuparão aqueles lugares; como também pessoas leigas, que ainda estarão em “aprimoramento cerebral” com suas conversas sem sentido, as famosas “conversas de água”, e o mínimo que podemos lhes dar, é o nosso respeito. Num todo, são meus amigos, assumo que fui amigo mais de uns, que de outros; mas se em quatro anos não tive um contato mais íntimo com todos, então não era pra ser. Estou saindo e novos estão entrando, os possíveis “calouros”; não os excluam, mas criem laços de amizades, o sentimento mais bonito presente entre a raça humana, e talvez terão preciosos presentes ao longo de suas vidas.

No mais, é hora de dizer adeus, (pra não haver escolhidos, ou esquecidos) aos meus nobres “amigos”, àqueles que se enquadraram no meu estilo de vida e nas minhas loucuras em forma de pensamentos mudos, ou verbalizados. Vou levar um pouco de todos, desde os que mais contribuíram para a minha evolução (direta ou indiretamente), ou aqueles que de certa forma desejaram o contrário.

Fico triste, por vocês citados em segundo exemplo, pois a minha força de vontade foi maior que seus empenhos, “mas vocês, são como são, e ninguém vai conseguir mudá-los”. Talvez “vocês” não passem o resto de suas vidas tentando descobrir como diminuir as pessoas para que se sintam mais importantes! E assim aprendam a dar valor ao que realmente importa.

Agora prestem atenção! Há um mundo enorme lá fora, muito maior que este ônibus, maior que a faculdade, e não vai importar se você foi o aluno laureado da sua turma, ou mesmo, a pessoa mais popular do ônibus, ou ainda o maior idiota da cidade. Apenas descubram quem vocês são e não tenham medo disso.

(Dedicada a todos, que compuseram o ônibus de agosto de 2005 a julho de 2009)

Sillino Vitalle
Enviado por Sillino Vitalle em 04/07/2009
Reeditado em 10/07/2009
Código do texto: T1682278