POR ENTRE BECOS E VIELAS

Por entre becos e vielas, estreitos

caminhos empedrados e fachadas de

mármore, em casas antigas,

quase como que se tocando,

a escuridão é total, não fora alguma

luz, às janelas, emitida, pelas roupas

brancas, penduradas, por laças cordas.

Para onde quer, que olhemos, mil são os

caminhos, que se cruzam,

entre portas de madeira e escadas, a perder

de vista, com seus corrimões, de ferro,

de há muito enferrujados, perdida a tinta

original, pela força devastadora, do tempo,

assim pelo sol e pela chuva e o passar, de mãos.

Tal como seus pais, imensas são as pessoas,

que aqui nasceram e deram à luz, os seus

filhos, tendo, como parteiras, estes becos

e vielas, que é tudo, o que sempre

conheceram, em suas vidas, desde quando,

crianças, até à velhice, que, aos poucos e

poucos, vai tomando conta, de suas lembranças.

Alguns pombos e andorinhas, que por aqui,

fizeram seu poiso e ninhos, é tudo o que resta,

de imutável, dando alguma alegria e beleza,

aos velhos, que estendem, suas mãos calejadas,

para alimentar, os pássaros, sem que temam

aproximar-se, das pessoas, que conhecem,

tudo, na falta de um sorriso, de um menino.

Jorge Humberto

30/06/09

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 01/07/2009
Código do texto: T1676971
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