O MILAGRE DO TEMPO...
E de súbiro,
numa fração qualquer de segundo
tão ínfima e efêmera quanto o próprio tempo,
Há um ponto cego...e oco!
em que tudo pára.
Quiçá um vácuo...
Que sentencia os caminhos.
É como se tudo o que existiu
de repente jamais houvesse existido!
E um vazio se põe a gritar
dentro de cada um de nós.
Enquanto isso...
Ah, e enquanto toda a impotência das vozes se consuma...
Uma flor que continua a florir seu campo
E mais um choro da criança recém chegada
Nos ratificam a vida.
Sempre afoita e alheia
aos cravos que plantará nos corações.
Mas aos poucos...
Todo vácuo disforme e insípido se preenche
Porque nem mesmo ela,
Essa sentença de vida
Que se coroa saudade,
Tampouco a sua dor imensa
é inerte à força
desse tempo que não pára.
E esse é -paradoxalmente-o maior milagre da vida.