Epitáfio

Daquele que entre mastros e bandeiras preferiu as cores;

Convalesceu da vida e do coração.

Dormiu enquanto ensinavam as falsas forças do mundo;

Chorou pelas falsetas que julgava jamais consertar;

Foi contra o discurso acalanto conservador.

Deixou que te penetrasse apenas as palavras humildes.

Sugeriu mentiras que ninguém nunca conseguiu entender.

Padeceu por isso, mas também nunca se achou capaz de reverter o que havia criado para curar.

Esperou para ouvir uma resposta que já sabia de cor, porque a coragem nunca foi o maior antídoto.

Entre tempo e espaço, preferiu deixá-los.

Dos sonhos, escolheu a revolução;

Da fé, a esperança;

Dos sentimentos, se inundou;

Da vida, sem dúvidas, escolheu a dor;

Do amor, o caminho.

Deste que fez versos enquanto esperava a morte.

Aqui jaz um homem que viveu e sentiu uma vida de metáforas.