FUTURO DO PRESENTE

Quisera poder reviver o que deixei de viver,

Andar pelos caminhos que os descaminhos me afastaram.

Quisera poder regressar a minha forma primária,

Apreciar a poesia de ser jovem, curtir as insônias,

Aprender a comer legumes e balancear os sabores do meu paladar.

Diante de absoluta impotência, o existir do meu presente,

Somente me é suportável pela onipresença do Criador.

Quem dera tivesse eu a ciência do futuro!

A frustração do passado teria sido evitada,

E os desacertos eliminados.

Mas, só a utopia faz-me desejar a prerrogativa do Supremo,

Que o bom senso me assegura ser inalcançável.

Nada a fazer, se o passado no passado,

Nem mesmo a onipotência divina se propõe recria-lo.

Pudera essa sensação contínua de ter deixado de se viver algo,

Afinal, o presente se tornará passado no próximo instante.

Resta-me vislumbrar o futuro,

Projetado pelos meus sonhos,

Ainda que imperceptível, inaudível e em parte intangível.

Contudo, o futuro do presente,

Não me pertence, repousa na onisciência de quem me criou.

Por Magno Ribeiro em 23/5/2009 às 18h48min.

MAGNO RIBEIRO
Enviado por MAGNO RIBEIRO em 23/05/2009
Reeditado em 26/05/2009
Código do texto: T1610872