EXULTANDO, apenas um exercício de boa vontade...
Ecoa no ar o som da poesia, para sentir é preciso apenas viver. Não sei das dificuldades do dia a dia, apenas sei que todo dia, é um avanço nas descobertas. Quando digo não sei, leia-se: não vivo a codificar problemas, simplifico-os como parte das novidades que brotam da existência. Cada ato ou fato tem um lirismo a descobrir, uma poesia guardada como brincadeira de criança. Mas é preciso sonhar e fantasiar os monstros mágicos da dificuldade. Eles aumentam os obstáculos, interferem nos sentimentos e confundem a razão. São necessários como exercício de sensibilidade, são o contra-ponto na vontade de conhecer o impossível. É isso, fazer do impossível um alvo razoável, desde que o sonho abranja a necessidade do amor. Tudo é meio fantasioso, mas a poesia pede a criação do desconhecido, por isso paira no ar como perfume de flor silvestre. Talvez não seja possível viver a poesia ininterruptamente, mas é possível vive-la eternamente, mesmo por instantes no dia a dia, sentindo no ar a presença de algo maior que nossa própria consciência, ou seja, nossas verdades guardadas nos sonhos. Não digo que eu faça, mas sinceramente, crio minhas próprias expectativas.