Travessias sem fim ...

Na inquietude desta tarde fria e chuvosa
um pequeno raio de luz foi suficiente para
mostrar os meus olhos inquietos de você,

que mesmo querendo te ver manhã de sol
hoje só encontrei um pedacinho de luz,
na verdade, escondida no meio da bruma,

ausente daqueles mesmos sentimentos que
numa noite de lua cheia, encantavam a brisa
que batia em nossos rostos tão apaixonados,

enquanto nossos pés afundavam areias leves
que nossos rastros como cálices vazios,
ali ficavam à mercê de um tempo apagador.

No mar o impassível forte, vestido de ruínas,
e montado sobre antigos vestígios de sambaquis,
nem se importava mais de envelhecer origens,

e ficava ali me olhando com sua boca de fogo,
voltada silenciosamente na direção do alto mar,
mostrando aquele passado de balas voadoras.

Foi nessa quietude ensolarada, aguda e fria,
que vi teu barco singrar algumas ondas
sem ao menos se preocupar com a viração ...

É que você nem estava mais navegando águas.
Estava apenas ancorando o teu breve destino,
que eu de longe olhava como uma ponte azul...

Ah...pontes azuis feitas de travessias sem fim...
Nem sempre os amores são pontes assim..

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Cássio Seagull 09-10-08 16.00 h SP
Lua crescente chuvoso 16 graus
Boa sexta-feira ... Beijos e abraços para você...
cseagull2@hotmail.com   CSEAGULL2@HOTMAIL.COM
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