Na pressa do voar ...
se esqueceu de dar...

A tela está vazia e só um papel branco me olha
através desse tempo voador tão inescrutável
desafiando nossas vidas no passar dos instantes.

Bem lá do fundo um velho Labrador me olha
com seus olhos ansiosos de querer ver-me chegar
porque sou aquele amigo que o trata com carinho

e por quem se agita batendo o rabo festivamente
e latindo de alegria numa melodia que ouço sempre
porque por onde ando ele segue junto farejando...

De repente leio na mensagem da minha linda princesa
que ela nem sentiu a semana passar porque voou...
e eu mesmo tenho de reconhecer essa grande verdade,

pois as horas andam velozes passando como cometas,
e vamos todos nós como em barca sideral nos movendo
nas penumbras e brilhos das horas não afeitas a voltas,

porque nossos relógios não foram feitos para mover-se
em sentido contrário ao do tempo fugaz e inexorável,
mas sim para seguir como bólidos sempre para a frente,

sem sabermos ao certo onde o tempo/destino desaguará...
E no assombro repentino da descoberta inexorável do tempo
sinto teu corpo trepidar de ansiedades e inquietudes,

porque a vida é como um cálice transbordando espumas,
e o que sobra no final é apenas teu beijo delicioso que você
ainda ontem...na pressa do voar... se esqueceu de dar...

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Poesia elaborada por Cássio Seagull em 06-11-08- 23.50 h SP

Lua Crescente chuva 27 graus
Beijos e abraços ...boa sexta-feira...