A flecha do amor...

A flecha havia partido faz tempo para me alcançar,
e sabia que ao alcançar não poderia mais voltar atrás,
igual a uma palavra que quando dita não volta mais...

Havia sempre atrasos ...esses atrasos imprevisíveis,
mas a flecha estava a caminho e devia me apressar
após uma parada involuntária das energias cósmicas...

Todo o céu estava calmo na noite que avançava lenta
como se nem tivesse pressa da pressa que eu sentia,
porque há certas emoções que são mesmo incontidas

pelos relógios, que só marcam o tempo cronológico,
mas que de nenhum modo podem colocar seus ponteiros
como flechas que agora marcariam o meu destino

de virginiano , acostumado à roda infinita do tempo,
porque olhando você no espelho... eu me via refletido
nas mesmas ânsias do querer o amor já para ontem,

porque a voragem do tempo não permitia os amanhãs,
que poderiam ser difíceis de serem achados no tempo,
nessa avalanche de atividades das vontades modernas,

que vão se despreocupando, dia-a-dia, do que é melhor,
iludindo nossos ideais, porque belos amores não há mais,
e são tão raros, que nessa rareza um coração até balança...

E a flecha veio certeira...e eu sabia que seria atingido,
mesmo porque, há momentos na vida em que os desejos
querem e mostram o peito inteiro para a seta da paixão.

E de repente...eu senti você em mim como o deslizar
suave de uma serpente me enrodilhando inteiro...
E depois... só senti que me mordia e me beijava...

A flecha estava caída no chão onde nos amávamos
e sua ponta afiada...brilhava com o brilho da lua cheia,
que iluminando tudo, festejava nossa primeira noite...

Aiii !!! Nossa primeira noite de amor e paixão sem fim....

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Poesia elaborada por Cássio Seagull às 17.50 h do dia
16 de novembro de 08, SP, Lua cheia, 27 graus, dia de sol.
Beijos e abraços... boa semana para você...