E todo o vinho se derramou...

De novo, um papel impecavelmente branco insiste
para que eu escreva para você, sem muitos rodeios,
e sem pressa exagerada te diga, que estou te amando...

desde o momento em que nossos braços se cruzaram
pela primeira vez na noite projetada por nosso destino,
ao percebemos que a vida apaixonante é a melhor,

e traz em cada um de nós o preenchimento dos vazios
deixados pelas marcas de um tempo sempre viajor,
que não pára muito tempo nas estações do existir...

Quando você, antes de mim, deu o primeiro beijo,
era já certo que os desejos viriam sem que
perguntássemos o porquê deles estarem surgindo,

pois nem você e nem eu queríamos perguntar nada,
porque quando te conheci nem sabia se você era gorda
ou magra e muito menos fofinha...ou se era ao menos bela.

Nada disso realmente importava e era você quem me
ensinava essas regras de primeiro conhecer, e depois
ver a realidade que o tempo propõe a cada um de nós,

porque as aparências podem ser sempre enganadoras,
mas nunca aquele coração que vem correndo te amar,
e que anseia apenas estar juntinho e te querer muitíssimo.

Não !!! Essa que você viu não sou eu...é uma montagem
simples montagem do tempo das escarlates vestes,
que curiosamente não preferi, porque não quis te trocar,

pois a preferência recai muitas vezes,não no modelo ideal,
mas sim no corpo real criado para você olhar e desejar
porque manequins são frios e não aquecem os corações...

Ah...sim... eu sei que você sente desejos bem fortes,
porque ficou me esperando para que a paixão crescesse,
como se fosse uma carência completando outra carência.

E eu nem te podia dizer mais nada porque se dissesse um
A, eu sei que você diria um B, e seria difícil entender as entrelinhas,
mas concordávamos estar acertando mais...

e isso soava muito positivo em nossas relações apaixonadas,
que agora, já passado o arremedo inicial surpresivo,
se compunham como um querer mais forte,

onde de repente o buscar o outro se tornara inevitável,
como se estivéssemos a buscar o nosso encanto interior,
para logo dar de presente ...entre beijos sensuais e doces,

nosso amor represado quem sabe por anos e anos,
sem aquela certeza de que as possibilidades buscadas
pudessem florir no jardim agreste de nossas vontades,

já desmedidas, e num crescente desejar de satisfações,
que agora um simples olhar já marcava uma resposta,
ao você me roçar... já nas ânsias da paixão maior...

Minhas mãos você puxava para teu peito desnudo e branco
para que antes de me beijar eu sentisse bater teu coração...
louco de desejo...na incontida paixão...

Humm...e então no pulsar de teu coração sedento
fomos um a festa do outro...e brindamos....Tim Tim ...
E todo o vinho se derramou...sobre nós...suavemente.

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Poesia que fiz em 08-12-08 às 18.30 h em SP
Lua crescente – sol – 28 graus.
Beijos e abraços para você...Boa terça... [love