Era uma vez...
Eu gosto de Fábulas. Toda fábula é iniciada por essas palavras e, se escrevesse nossa história, não começaria de outra maneira.
Um dia, por obra do Destino, nossos caminhos se cruzaram e nosso conto teve inicio. Verdade seja dita, era algo singularmente impressionante. Os olhos de ambos voltavam-se volta e meia para o mesmo horizonte.
Tivemos momentos de disparidade, mas todo novo conhecimento de um “outro” traz consigo momentos acalorados de discussão, mas nos vimos tão iguais na maior parte do tempo que as diferenças eram então “ilhas” de compreensão.
Eu, que me fiz racional, vi-me em sonho, despreparado muitas vezes por sua sabedoria natural (atributo digno de Anjos, há de se dizer). E por ser um Ser assim, especial, envolveu-me em sua existência e de minha existência já pouco sabia. Pouco e mal.
Ainda assim, perdido em mim por ti, sabia que toda fábula tem sua reviravolta e, num movimento rápido e não premeditado, fomos colocados (por obra do mesmo Destino) em lugares distanciados.
Mas a distância ganhou outro nome, além da saudade de quem se quer bem, ganhou presencialidade metafísica e não mais a deixei.
Onde quer que estivéssemos, ainda que fôssemos para outros lugares, percorrendo outros caminhos, nos unimos pela distância e acreditei, na fábula de nossas vidas, que o final feliz depende não do qual longe estejamos de alguém a quem se quer bem, mas por quanto a levaremos em nossos corações e mentes. Assim, nosso final é feliz e se é feliz jamais é fim.