Atena,minha linda Atena.

Ah... Atena, Atena... que veio surgindo sem ser Atena,
porque não tinha no corpo uma armadura bem dura,
e nem a compleição de um atleta acostumado a lutas.

No entanto, tinhas no semblante uma aura brilhante,
que em meus olhos refletia o teu bem querer por mim,
e que demonstrava, com certeza, teus dotes mais sutis,

que se mostravam através de um agudo senso prático,
envolvendo-me com tuas palavras, reino da sabedoria,
onde meus sentimentos te sentiam quase à flor da pele,

mas de forma tão irreal quanto a vida no distante Olimpus,
e tudo o que eu pudesse te dizer você mesma já sabia,
porque o mal da sapiência é ser senhora das verdades,

e delas fazer o vértice de que tudo são apenas ilusões
nesta terra, onde as sementes brotam como estrelas,
e que logo depois se apagam, como uma mera escuridão,

onde sem ver mais nada, os olhos se ajustam ao negrume,
que é como o vazio das almas que não encontram morada,
porque onde as ilusões palpitam a razão já nem mais sente.

E então eu te olho nos olhos do mundo... linda flor Atena,
e tuas vestes de guerreira caem, ao solo de uma doce cítara,
enquanto meu coração bate fundo nos limiares do amor,

dessa sensação inexpugnável que a vida me concedeu,
como um dom especial de transformar em mim teus gestos,
teu perfume sóbrio, tuas mãos nas minhas e teus suspiros.

Hum... Atena... eu te vi ainda hoje e você ansiava me ver
e queria de mim a minha essência...sentir o meu perfume
impregnado em minha pele umedecida pelo desejo teu.

Mas não te deixaram atravessar aquelas grandes muralhas
que te conduziriam ao prazer maior...que só os olhos veriam,
para se contentar e gozar, como um pica-flor do doce néctar.

Ah... Atena !!! Tua beleza não é com um brasão no peito...
e nem a tua lança me comove tanto quanto o teu desejo.
Você não pôde me ver hoje Atena...minha linda guardiã...

Tudo porque Zeus em seu recato de rei de todas as penumbras
não quis dar para nós a permissão desse curta-metragem,
que simplesmente se tornara imprevisível até para os deuses.

Então, Atena, não posso deixar de lembrar tua suavidade,
que mesmo esquecida pelos deuses, ainda pôde ter nos lábios
apenas uma palavra...resumo de tua paixão extrema :

Delícia !!!

=o=o=o=o=o=o=o=o=o=o=o=o=o=o=o=o=o=o=o=o=o=o=o=o=o
Poesia feita por mim,Cássio Seagull, em 24-03-09, às 21 30 h SP
Lua minguante - Sol e nuvens – 26 graus.
Beijos e abraços para você...boa quarta...
=o=o=o=o=o=o=o=o=o=o=o=o=o=o=o=o=o=o=o=o=o=o=o=o=o


--------------------------------------------------------------------------------