Fim de tarde
Deita-se o sol alagando a rubra paisagem
lentamente, roxo é o crepúsculo
Ave-Maria!
Badaladas nos convidam,
é hora de rezar,
Louvo o fim do dia.
Dama caprichosa, a noite, anuncia-se
reina soberana, em glamourosa ardentia
escondida sob o negro manto da escuridão.
A noite se entrega, cúmplice das sombras,
camufla esquinas, revela incontáveis perigos,
resvala sua mina...
Uma tímida lua, mingua a cada instante
As horas continuam o seu destino,
matemática sina
segundos :_sessenta
minutos:_sessenta
Horas... a fio!
O pêndulo gira lento na sala,
do relógio, a companhia.
Dorme a cidade, dormem os prazeres
Os sonhos, estes, em cetim jazem...
A boemia vai passear e a noite esparge-se!