Companheira: A lágrima

Do pranto quis estancar a dor
Da alegria, eternizar o efêmero momento
No parto, extasiada, chorei felicidade
Presente quando cupido flechou,
Coração apaixonado
Chorei nas partidas e chegadas
Molhei meu diário na confissão de adolescente
Extravasei os medos, quando me fiz mulher
O travesseiro umedeceu junto com o  desassossego.
Na saudade, lá estavas, silente
Atenta, acompanhaste um verso triste
Na tormenta, foste fielmente sentida.
Habitas meu coração pronta a revelar-se , por qualquer motivo:
Na vida que abre-se e no ciclo que fecha-se.
Meu pranto não foi singular,
Não foi individual
Chorei pelas mazelas de outrem
E por alegrias tais.
Assim foi, fecunda na dor,
Torrente na alegria
Alvissareira, às vezes,
Na maioria, triste,
Chorona sou... chorona (in)feliz...às vezes!
Há um que de alagamento em minha vida
E na madrugada choveu tanto orvalho
Ousei  pensar, a dor ter estancado.
Indiferente , colhi o pranto derramado.
Firme, guarda-se a lágrima em espera.

FMott@

FATIMA MOTA
Enviado por FATIMA MOTA em 10/04/2009
Reeditado em 10/04/2009
Código do texto: T1531897
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